sábado, 20 de julho de 2013

Prayer

You were Sybil by
chance.

Poor Miss
Vane
tripped on
stage

Our tickets were sold and bought
For the average price of a goddamn
Tragedy. But no applause fills the silence, nothing fills but the thought
That be my silent prayer delivered, maybe God'd be able
To pay His debt for the last eighteen years of non-existence

Don't feed on your brains and don't feed on your heart.

I've heard
Sometimes you'll stop eating
In order to stay alive.

I wish you'd understand how
Awfully sad. Awfully sad.
That you'll stop eating
And instead feed on your soul
And feed on your guts
And feed on your pride
Don't feed on your brains. Don't feed on your heart.

You'll need them.

Poor Miss Vane fell on
Stage. Get up, Ophelia. Get up for Christ's sake.
Dorian is not and was never
A part of the play.

You were Sybil by chance and
Now you are Sybil by
Choice.

You payed the price for
A goddamn tragedy and
So did I.

But we can get
Away with that
If we let those
Who killed themselves

Rest

quarta-feira, 10 de julho de 2013

O mundo é tão cheio de mal entendidos que a gente devia ler tudo duas vezes

Achei que fosse
"Me esquece"
Quando era
"Não esquece"
Ele lê
Ou desenha
Ou escreve - não sei.
O mistério faz com que me seja impossível
desgrudar os olhos dele, mas no ônibus de que ele é passageiro
Não vai mais ninguém.
Ele lê
Ou desenha
Ou escreve - não sei.

Amarelo

Eu queria um poema que fosse um
retrato
do pipocar de significado
da silhueta de dois homens sem rosto
contra a luz de manteiga
da qual brotam os grãos que alimentam alguns
muitos homens sem rosto
nessa noite cinzenta
a dois e cinquenta

Flutuações

Quando eu desci do ônibus, tinha os cabelos gelados de chuva
O divertimento secreto de mirar em poças de
(desconfio)
leptospirose
e a recém-conquistada convicção de que
Sorrir era de graça.

Consolo

Meia lua vermelha e
perfeita, no céu amaciado pelo pisar cadenciado
do gado diário
das barcas.
Fico triste por deixá-la ir - meio por ter sido minha e
meio por ter sido sua. Mas que direito tenho eu a tais sentimentos se ela foi
Sempre só meio minha
Sempre só meia lua.

Fico triste, mas
Só meio triste, porque
vai ver
Essa lua gruda no sapato de alguém mais
sensível a essa poesia de anúncios eróticos
do que eu.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Era nunca mais

(Era uma vez até que)
O relógio bateu meia-noite.

É na madrugada que expira o encanto.
Ascensão e queda da Lua; seus trajes de nuvens são bigodes de rato.
O cristal que se parte já não pode ser restaurado.

O que era não era mais, meia-noite, meia-noite
E a única coisa sensata a se fazer:
Pegar um aboborataxi,
Mão firme levando embora os dois sapatos,
Sem deixar nada para o Ratolua
Que não um enigma - trapos.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Ironia

Namorei um menino que odiava ironias e tinha orelhas bem grandes.

Nunca entendi como é que ele podia ter orelhas tão grandes e, mesmo assim,
não ouvir uma palavra do que eu dizia.